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Scania suspends production in Brazil due to slowdown in truck market

A Scania, montadora sueca de caminhões, anunciou uma paralisação programada de suas atividades na fábrica em São Bernardo do Campo, ABC Paulista. A redução na produção ocorrerá duas vezes por semana, a partir de 28 de abril, em resposta à desaceleração do mercado de caminhões no Brasil e em países vizinhos da América Latina, como a Argentina. A equipe terá dez dias de férias coletivas a partir de 10 de junho, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Os motivos para a paralisação são explicados pelo vice-presidente do sindicato, Carlos Caramelo: “A situação foi agravada ainda mais pela falta de peças, pela antecipação das vendas em 2022 de modelos Euro 6 e, principalmente, pela queda no consumo e das altas nas taxas de juros em nosso país”.

A Scania possui cerca de 4,5 mil trabalhadores em seu quadro de funcionários, com 3 mil atuando em setores produtivos. No final de março, a montadora encerrou o segundo turno na mesma planta, no qual cerca de 200 empregados trabalhavam. A empresa também não renovou os contratos de profissionais contratados em regime temporário.

As últimas semanas têm sido difíceis para as fabricantes de veículos, especialmente do ramo de caminhões. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea) estima que as vendas caíram 11% frente aos primeiros meses de 2022, enquanto a diferença na produção deve chegar a 20%.

O contexto atual é influenciado pela escassez de crédito e o desaquecimento da economia, causados pelos juros altos. Além disso, a mudança de motorização para o padrão Euro 6, que aumentou os preços dos veículos em até 30%, agravou ainda mais a situação.

Apesar das adversidades, a montadora segue confiante nas perspectivas de longo prazo para a indústria. A Scania acredita que investir em inovações tecnológicas e soluções para veículos elétricos, com redução de emissões de carbono, é um caminho para contornar a baixa no mercado.

O setor automotivo ainda enfrenta outros obstáculos, como a escassez de chips, que afeta a produção de veículos em todo o mundo. A falta de componentes eletrônicos é considerada agravante pela Anfavea e resultou em fechamento de unidades de produção, como ocorreu com a fábrica da General Motors em São José dos Campos, em março deste ano.

No entanto, a perspectiva de retomada do crescimento econômico, diante da vacinação em massa contra a Covid-19, pode recuperar a demanda e a produção do setor. O governo federal anunciou incentivos para o segmento, como reduções nas alíquotas de importação de carros e peças automotivas, além de linhas de crédito com juros baixos para a compra de veículos e máquinas agrícolas.

A Scania e outras montadoras seguem monitorando de perto a conjuntura do setor para se adaptar às mudanças no mercado e preservar seus negócios frente a um cenário incerto. A expectativa é de que a indústria automotiva tenha fôlego para superar as dificuldades dos últimos meses e traçar um caminho de inovação e crescimento em um futuro próximo.

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