Coronavírus: turismo pode fechar 3 mil postos de trabalho em Ilhéus

O presidente da Associação do Turismo de Ilhéus, Attila Eiras, conversou ontem (2), por telefone, com o Ilhéus Comércio. Em pauta: o duro golpe que toda a cadeia do turismo recebeu da crise do novo coronavírus.

Mais de três mil pessoas podem perder seus empregos em hotéis e pousadas no município. A estimativa não inclui os trabalhadores de bares, restaurantes e empresas do receptivo turístico. Também deixa de fora os empregados das pequenas equipes que a rede hoteleira vai preservar para a manutenção dos estabelecimentos.

Grandes hotéis de Ilhéus já divulgaram os comunicados de aviso prévio de demissão para seus colaboradores.

Para diminuir a avalanche de demissões que se anuncia, o governo federal publicou medidas provisórias que podem ajudar as empresas a preservar os empregos.

De acordo com o presidente da ATIL, durante a crise, a maioria dos hotéis e pousadas vai manter poucos empregados. Na definição dele, é como se o setor tivesse entrado “em coma”.

As previsões do futuro próximo não o animam. Attila avalia que o ramo hoteleiro vai demorar para se reerguer. Neste ano, sem o fluxo de turistas comum no mês de julho, o setor só deve voltar a se aquecer às vésperas do verão, em novembro.

Os representantes da rede hoteleira cobram medida assertiva da Prefeitura de Ilhéus, já que os decretos municipais publicados até agora não suspenderam totalmente o serviço de hospedagem.

Conforme o presidente da ATIL, sem a suspensão completa das atividades por determinação do poder público, os empresários não têm segurança jurídica para adotar medidas de diminuição dos impactos econômicos que abalam seus negócios.

Para encontrar soluções em conjunto com o município, a associação mantém contato frequente (por telefone) com representantes do governo municipal. Porém, Eiras tem tido dificuldade para conversar diretamente com o prefeito Mário Alexandre (PSD). “O pessoal blinda muito ele”.