Néo Bastos não morreu por falta de sedativo para intubação, afirma secretário
Palavras-chaves: coronavírus, covid-19, Geraldo Magela, Néo Bastos, Prefeitura de Ilhéus
A morte do radialista Néo Bastos levantou questão sobre a possibilidade de falta de medicamentos para sedar pacientes nos hospitais de Ilhéus. Prefeitura nega.
Atribuída a um médico muito conhecido na região, uma mensagem de áudio que circula na internet diz que os hospitais do eixo Ilhéus-Itabuna estariam sofrendo escassez dos medicamentos usados para sedar pacientes com Covid-19. A Prefeitura de Ilhéus, no entanto, afirma que os remédios não estão em falta nos hospitais da cidade.
Os sedativos são essenciais para que as pessoas que precisam de respiração mecânica sejam intubadas nas unidades de terapia intensiva. A sedação evita que o corpo reaja para tentar expulsar o aparelho, cuja introdução é um procedimento invasivo e desconfortável.
Nessa quinta-feira, 30, o secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, afirmou que a prefeitura mantém o fornecimento dos sedativos às unidades particulares contratadas pelo SUS, mesmo sem a obrigação legal de fornecê-los.
Uma pessoa da família de Néo Bastos levantou a suspeita sobre a possibilidade de ter faltado sedativo para intubar o radialista, que faleceu na madrugada de hoje no Hospital de Ilhéus.
Por telefone, questionamos o secretário sobre essa hipótese. Ele a descartou. “Eu acho impossível. A gente forneceu [os sedativos] nessa semana [ao Hospital de Ilhéus]. Ontem, [a secretaria municipal] já forneceu para o [Hospital] São José. Sempre quando pede, tem”.
“A gente pode checar. Apesar de ser um hospital particular, contratado pelo Estado, a gente está fornecendo [os medicamentos]. Agora mesmo, a gente está aqui com estoque, se alguém puder vir aqui e checar. Basicamente, é tudo de UTI”, acrescentou Magela.
Na última terça-feira, 28, o gestou já havia dito ao Ilhéus Comércio que o município tem os sedativos em estoque para cerca de um mês.
Néo Bastos contraiu o novo coranavírus em junho. Ficou internado por quinze dias. Na maior parte desse tempo, precisou de terapia intensiva e da ajuda de aparelhos para respirar, quadro comum nos casos severos da Covid-19.
Como a inflamação dos pulmões costuma ser agressiva, a Covid-19 deixa sequelas no sistema respiratório. Parece ter sido esse o caso de Néo, que chegou ao hospital com dificuldade de respirar.
Por volta das 11 horas, telefonamos novamente para o secretário. O gestor manteve contato com hospital e voltou a descartar a suspeita de falta de medicamentos.
Na manhã de hoje, o site tentou manter contato com o Hospital de Ilhéus, mas, as três chamadas telefônicas que fizemos não foram atendidas. Segundo Magela, a unidade hospitalar vai emitir um comunicado sobre o caso.
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