Taxa de letalidade da Covid-19 em Ilhéus é duas vezes maior que a da Bahia
Palavras-chaves: Bahia, Brasil, coronavírus, covid-19, Ilhéus, Itabuna, taxa de letalidade
O livro Epidemiologia Básica (Livraria Santos Editora, 2010) apresenta a fórmula por meio da qual se obtém a taxa de letalidade de uma doença em determinado lugar. Primeiro, divide-se o número de mortes pelo total de casos diagnosticados. Em seguida, o resultado da divisão é multiplicado por cem. Assim, chega-se ao percentual de óbitos provocados pela enfermidade na população infectada.
De acordo com o boletim epidemiológico mais recente da Prefeitura de Ilhéus sobre a Covid-19 (27 de julho de 2020), a doença matou 129 das 2977 pessoas que tiveram contato comprovado com o Sars-CoV-2, o novo coronavírus. Dessa forma, a taxa de letalidade entre os contaminados do município é de 4.33%. Esse percentual é duas maior que o da Bahia: 2.16%
A taxa de letalidade do vírus em Ilhéus também supera a da vizinha Itabuna (2.17%) e a do Brasil (3.5%).
De um lado, essa diferença considerável pode indicar que o vírus infectou proporcionalmente um número maior de pessoas mais vulneráveis em Ilhéus, como idosos e portadores de comorbidades, do que nos territórios itabunense, estadual e nacional.
De outro, que parece mais provável e não exclui a hipótese acima, a subnotificação do total de casos pode ser muito maior em Ilhéus do que nos outros territórios citados. Nesse sentido, a comparação com Itabuna é ilustrativa: a cidade vizinha tem 109 mortes num universo de 5004 diagnósticos.
Estima-se que a subnotificação no Brasil seria de, pelo menos, sete casos perdidos para cada diagnóstico positivo. Essa é a estimativa mais conservadora. Outras apontam até doze vezes mais casos do que os confirmados.
1 Comment
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Mohammad
28 de julho de 2020 at 11:05Pode-se deduzir também que o suporte dos equipamentos de suporte, respiradore, monitores cardíacos, oxigenoterapia insuficiente, medicamentos, etc sejam insuficientes e os recursos profissionais envolvidos não estejam bem familiarizados com as terapias e gravidade dos casos em tratamentos. É preciso reverter urgentemente esses índices sem manobras no número da contaminados em tratamento quanto o os óbitos.